sexta-feira, 10 de abril de 2015
Historia - AS MÃOS DE MINHA MÃE
(FIG 2) Uma bela e jovem mãe colocou sua filhinha para dormir no berço e foi visitar uma vizinha. Muitas vezes ela havia deixado a filhinha sozinha, por poucos minutos apenas, e nenhum mal lhe acontecera. Assim, não teve dúvida de que também desta vez nada aconteceria. Chegando a casa da vizinha, começou a conversar sobre algumas coisas, mas foi interrompida subitamente por um som que sempre lhe causava um calafrio: era a sirene do caminhão de bombeiros. - Não se preocupe – disse a vizinha. – Tenho certeza de que o incêndio não é por aqui. - Mas ouça! – disse a mãe. – Parece que os bombeiros estão vindo para este lado! E veja o povo correndo! Estão correndo nesta rua! E correm na direção da minha casa! Sem dizer mais nada, ela correu para onde o povo estava indo. E então viu sua própria casa em chamas! Fumaça e labaredas já saíam pelo telhado.
FIG 3) Minha filhinha! - exclamou ela desesperada. – Minha filhinha! A multidão era grande em volta da casa, mas a mãe acotovelou-se por todas as pessoas. - Meu nenê! Meu nenê! Minha pequena Marja! Um bombeiro agarrou-a: - A senhora não pode entrar aí – gritou ele. – Vai morrer queimada! - Deixe-me ir! Deixe-me ir! – gritou ela. E com uma força sobre-humana desvencilhou-se e correu para dentro da casa em chamas, enquanto todos observavam espantados. Ela sabia exatamente onde devia ir. Atravessando como uma flecha a fumaça e as chamas, agarrou o pequeno tesouro que era sua menina, e fez meia volta. Mas, vencida pela fumaça, ficou tonta e caiu; teria morrido queimada com a nenê se um bombeiro não a tivesse levado para fora. Toda a multidão gritou de alegria quando ela apareceu! Mas ai! Embora o bebê estivesse salvo, a pobre mãe ficou muito queimada. Pessoas amigas a colocaram numa ambulância e ela foi para o hospital.
(FIG 4) Ali todos os médicos viram que as mãos dela, aquelas valorosas e queridas mãos que tinham agarrado a criança no berço em chamas estavam terrivelmente queimadas. Embora os médicos fizessem de tudo para salvá-las, elas ficaram mutiladas e cheias de cicatrizes. Meses depois a corajosa mãe teve alta do hospital. E voltou para casa, com a filha. As semanas tornaram-se meses e os meses tornaram-se anos. A menina aprendeu a engatinhar, andar e agora já corria. Estava crescendo. Começava a reparar nas coisas.
FIG 5) Um dia, quando Marja tinha oito anos, a mãe estava lavando louça na cozinha. De repente, Marja viu algo em que nunca havia reparado. -Mamãe! – exclamou ela – que mãos feias a senhora têm! - Sim, querida – disse a mãe calmamente, embora ferida demais com essas palavras. – São mesmo feias, não é? - Mas porque a senhora tem as mãos tão feias quando as outras pessoas têm as mãos bonitas? – perguntou Marja, não sabendo que cada uma de suas palavras era como um punhal no coração da mãe.
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