sábado, 25 de agosto de 2018

Frases com ameaças e comparações prejudicam o Desenvolvimento Infantil



Qual mãe ou pai nunca fez isso??
Ou até mesmo nós como tias e tios...

Este artigos é mais direto aos pais, pois são as pessoas que são responsáveis pela educação e formação da criança.
Mas como professoras, também devemos nos atentar na forma de falar com as crianças, as quais em sua grande maioria já chagam com algum tipo de trauma.

 Ao perderem a paciência ou quererem demonstrar o enorme afeto pelo filho, alguns pais deixam escapar frases que têm impacto negativo no desenvolvimento das crianças. A seguir, três especialistas analisam as nove mais comuns:


COMPARAÇÕES

 Por que você não é igual ao seu irmão? Ou Igual ao seu amiguinho??
 "É como se os pais dissessem para a criança que ela não é como eles gostariam que ela fosse. Seria melhor que os adultos evitassem comparações, pois elas podem colocar a criança em uma posição inferior. O ideal é dar sugestões de como seria melhor se comportar ou realizar a tarefa pedida, em vez de só apontar defeitos", diz o psicólogo Aurélio Melo, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


AUTOIMAGEM DENEGRIDA


 "Os adultos deveriam se perguntar por qual motivo a criança se sente impedida de dizer a verdade. Quando a criança é visto pelos adultos como alguém que só sabe mentir, pode formar uma autoimagem denegrida, por não corresponder aos padrões parentais", diz a psicanalista Ana Maria Trinca, coordenadora do Núcleo de Psicoterapia Infantil da PUC de São Paulo. O psicólogo Aurélio Melo completa dizendo que o ideal é que sejam claros e digam: "não gosto que você minta para mim", sem brigas.


DEPENDÊNCIAS

Você sempre será nosso bebê!!
"Nesse caso, os pais fantasiam que os filhos serão sempre dependentes. Mas seria bom se um filho não crescesse nunca? Será que ficaríamos felizes? O ideal é que o pai e a mãe ajudem a criança a amadurecer de acordo com a idade dela, para se tornar um adulto responsável. É importante não criar dependências", afirma a psicóloga Maria Luísa Valente, professora da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Como professoras podemos ajudar nesta etapa, pois não é fácil desfazer essa proteção.
Procure atuar junto com a família, para que tudo flua melhor e que o objetivo seja alcançado. 
Não será da noite para o dia, leva tempo, mas é importante na formação da criança.



TUDO NO SEU TEMPO

Comporte-se de acordo com sua idade! 
"Nessa frase está implícita a existência de um padrão de conduta social, cultural e familiar ao qual a criança deve se adequar. Pode ser um alerta positivo que os pais fazem ao filho, para que não seja excessivamente infantilizado nem se porte como um adulto", diz a psicanalista Ana Maria Trinca, coordenadora do Núcleo de Psicoterapia Infantil da PUC de São Paulo. Já a psicóloga Maria Luísa Valente, professora da Unesp (Universidade Estadual Paulista), afirma que os pais devem ser claros sobre o que querem dos filhos ao usarem a sentença.


ALERTAR PERIGOS

Não corra, você vai cair!!
"Esse é um pedido difícil para a criança porque ela é cheia de energia. Quando você diz essa frase é como se fosse um profeta, você sabe o que vai acontecer e ela não. Sentenças assim podem fazê-la achar que sempre uma coisa ruim vai acontecer. Por outro lado, é um cuidado, um alerta para que ela não se machuque. É importante, então, mostrar o que é perigoso de fato e, nesses alertas, não usar um tom alarmista", afirma o psicólogo Aurélio Melo.


INSEGURANÇA


Se você não parar de birra, vou embora e te deixo aí!
Se continuar assim, vai ficar sozinho!
"Essa frase pode trazer insegurança para a criança, de que se ela não se comportar vai ser abandonada. E não é legal cumprir, fingindo abandoná-la, pois é um choque. A melhor atitude é explicar para a criança por que ela não pode fazer o que quer, de maneira tranquila", diz o psicólogo Aurélio Melo. Também não vale fazer o que a criança quer só para ele parar o show. A psicóloga Maria Luísa Valente, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), reforça que, se a criança perceber que com birra seu desejo é atendido, fará isso com frequência. "Ela acha que sempre vai funcionar", afirma.


DISPUTAS


De quem você gosta mais: da mamãe ou do papai? 
Qual sua tia favorita?
 "Exigir que a criança tome partido em questões afetivas apenas acirra a disputa entre as pessoas, ao mesmo tempo em que induz a criança a excluir o outro, exigindo dela um posicionamento", diz a psicanalista Ana Maria Trinca. O psicólogo Aurélio Melo recomenda que adultos evitem perguntas que estimulem disputa entre pessoas. "Não faz bem", diz.


BARGANHAS (TROCAS)

Se ficar bonzinho, deixo você comer um doce! 
 "Trata-se de barganhar com a criança, o que pode ocasionar um círculo vicioso ao longo do tempo. A criança aprende que pode conseguir o que quiser em troca de benefícios materiais", afirma a psicanalista Ana Maria Trinca. Para a psicóloga Maria Luísa Valente, o que está sendo trocado não tem equivalência. "É o mesmo que os pais darem um carro se o filho terminar a faculdade. Ele tem de estudar porque precisa profissionalmente, não porque vai ganhar um carro", diz.

AMEAÇAS

Se não comer verduras e legumes, você vai ficar doente!
O psicólogo Aurélio Melo afirma que é preciso evitar o tom de ameaça e explicar os benefícios desses alimentos. Até porque, mesmo comendo esses itens, a pessoa pode ficar doente e a criança logo entenderá isso. "É preciso fazer isso de forma tranquila", diz. Já a psicóloga Maria Luísa Valente afirma que uma alimentação saudável tem de ser incentivada desde cedo, principalmente, pelo exemplo dos pais. "Se os adultos da casa não têm o hábito, dificilmente a criança terá. Ela pode não gostar, mas tem de experimentar".


Fonte: Doki/Arte UOL

Adaptação: Carine Coelho