Qual mãe ou pai nunca fez isso??
Ou até mesmo nós como tias e tios...
Este artigos é mais direto aos pais, pois são as pessoas que são responsáveis pela educação e formação da criança.
Mas como professoras, também devemos nos atentar na forma de falar com as crianças, as quais em sua grande maioria já chagam com algum tipo de trauma.
Ao
perderem a paciência ou quererem demonstrar o enorme afeto pelo filho, alguns
pais deixam escapar frases que têm impacto negativo no desenvolvimento das
crianças. A seguir, três especialistas analisam as nove mais comuns:
COMPARAÇÕES
Por
que você não é igual ao seu irmão? Ou Igual ao seu amiguinho??
"É como se os pais dissessem para a
criança que ela não é como eles gostariam que ela fosse. Seria melhor que os
adultos evitassem comparações, pois elas podem colocar a criança em uma posição
inferior. O ideal é dar sugestões de como seria melhor se comportar ou realizar
a tarefa pedida, em vez de só apontar defeitos", diz o psicólogo Aurélio
Melo, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
AUTOIMAGEM DENEGRIDA
"Os adultos deveriam se perguntar por qual motivo a criança
se sente impedida de dizer a verdade. Quando a criança é visto pelos adultos como
alguém que só sabe mentir, pode formar uma autoimagem denegrida, por não
corresponder aos padrões parentais", diz a psicanalista Ana Maria Trinca,
coordenadora do Núcleo de Psicoterapia Infantil da PUC de São Paulo. O
psicólogo Aurélio Melo completa dizendo que o ideal é que sejam claros
e digam: "não gosto que você minta para mim", sem brigas.
DEPENDÊNCIAS
Você sempre será nosso bebê!!
"Nesse
caso, os pais fantasiam que os filhos serão sempre dependentes. Mas seria bom
se um filho não crescesse nunca? Será que ficaríamos felizes? O ideal é que o
pai e a mãe ajudem a criança a amadurecer de acordo com a idade dela, para se
tornar um adulto responsável. É importante não criar dependências", afirma
a psicóloga Maria Luísa Valente, professora da Unesp (Universidade Estadual
Paulista).
Como professoras podemos ajudar nesta etapa, pois não é fácil desfazer essa proteção.
Procure atuar junto com a família, para que tudo flua melhor e que o objetivo seja alcançado.
Não será da noite para o dia, leva tempo, mas é importante na formação da criança.
TUDO NO SEU TEMPO
Comporte-se de acordo com sua idade!
"Nessa frase está
implícita a existência de um padrão de conduta social, cultural e familiar ao
qual a criança deve se adequar. Pode ser um alerta positivo que os pais fazem
ao filho, para que não seja excessivamente infantilizado nem se porte como um
adulto", diz a psicanalista Ana Maria Trinca, coordenadora do Núcleo de
Psicoterapia Infantil da PUC de São Paulo. Já a psicóloga Maria Luísa Valente,
professora da Unesp (Universidade Estadual Paulista), afirma que os pais devem
ser claros sobre o que querem dos filhos ao usarem a sentença.
ALERTAR PERIGOS
Não corra, você vai cair!!
"Esse é um pedido difícil
para a criança porque ela é cheia de energia. Quando você diz essa frase é como
se fosse um profeta, você sabe o que vai acontecer e ela não. Sentenças assim
podem fazê-la achar que sempre uma coisa ruim vai acontecer. Por outro lado, é
um cuidado, um alerta para que ela não se machuque. É importante, então,
mostrar o que é perigoso de fato e, nesses alertas, não usar um tom
alarmista", afirma o psicólogo Aurélio Melo.
INSEGURANÇA
Se você não parar de birra, vou embora e te deixo aí!
Se continuar assim, vai ficar sozinho!
"Essa frase pode trazer insegurança para a criança, de que se ela não se
comportar vai ser abandonada. E não é legal cumprir, fingindo abandoná-la, pois
é um choque. A melhor atitude é explicar para a criança por que ela não pode
fazer o que quer, de maneira tranquila", diz o psicólogo Aurélio Melo.
Também não vale fazer o que a criança quer só para ele parar o show. A psicóloga
Maria Luísa Valente, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), reforça que, se
a criança perceber que com birra seu desejo é atendido, fará isso com
frequência. "Ela acha que sempre vai funcionar", afirma.
DISPUTAS
De quem você gosta mais: da mamãe ou do papai?
Qual sua tia favorita?
"Exigir que a criança tome partido em questões afetivas apenas acirra a
disputa entre as pessoas, ao mesmo tempo em que induz a criança a excluir o outro,
exigindo dela um posicionamento", diz a psicanalista Ana Maria Trinca. O
psicólogo Aurélio Melo recomenda que adultos evitem perguntas que estimulem
disputa entre pessoas. "Não faz bem", diz.
BARGANHAS (TROCAS)
Se ficar bonzinho, deixo você comer um doce!
"Trata-se
de barganhar com a criança, o que pode ocasionar um círculo vicioso ao longo do
tempo. A criança aprende que pode conseguir o que quiser em troca de benefícios
materiais", afirma a psicanalista Ana Maria Trinca. Para a psicóloga Maria
Luísa Valente, o que está sendo trocado não tem equivalência. "É o mesmo
que os pais darem um carro se o filho terminar a faculdade. Ele tem de estudar
porque precisa profissionalmente, não porque vai ganhar um carro", diz.
AMEAÇAS
Se não comer verduras e legumes, você vai ficar doente!
O
psicólogo Aurélio Melo afirma que é preciso evitar o tom de ameaça e explicar
os benefícios desses alimentos. Até porque, mesmo comendo esses itens, a pessoa
pode ficar doente e a criança logo entenderá isso. "É preciso fazer isso
de forma tranquila", diz. Já a psicóloga Maria Luísa Valente afirma que
uma alimentação saudável tem de ser incentivada desde cedo, principalmente,
pelo exemplo dos pais. "Se os adultos da casa não têm o hábito, dificilmente
a criança terá. Ela pode não gostar, mas tem de experimentar".
Fonte: Doki/Arte UOL
Adaptação: Carine Coelho
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